A importância da autoconsciência na liderança e na tomada de decisões

5 de dezembro de 2022

No excelente livro “O poder da inteligência emocional: Como liderar com sensibilidade e eficiência”, Daniel Goleman, Richard Boyatzis e Annie McKee nos mostram a relevância da autoconsciência como um dos pilares da inteligência emocional.

Segundo os autores, a autoconsciência é o alicerce de todo o resto: sem reconhecermos nossas próprias emoções, não saberemos administrá-las direito e seremos menos capazes de compreendê-las nos outros. Líderes autoconscientes estão sempre atentos aos seus sinais interiores.

Em minha vida interdisciplinar, tenho estudado liderança e tomada de decisões há muitos anos, por entender que ambos os conhecimentos são imprescindíveis para o sucesso e realizações particular e profissional.

Vale lembrar que a liderança, de acordo com a minha própria definição, é a competência desenvolvida de forma ética e permanente, pela força do caráter e do exemplo do líder, e com foco no bem comum, no sentido de inspirar pessoas para se engajarem, ao máximo, com motivação, disciplina e profissionalismo, no atingimento de objetivos (organizacionais ou não).
Por sua vez, tomada de decisão é o processo consciente de escolha entre uma ou mais alternativas de ação, com a intenção de alcançar algum objetivo (resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade).

Os líderes contribuem para a eficácia competitiva das empresas, ao tomarem decisões de alta qualidade consistentes com a missão e os objetivos organizacionais.

Assim, por meio dos escritos do autor e consultor norte-americano Warren Bennis (1925-2014), pode-se destacar e ressaltar a importância da autoconsciência para a efetividade (eficiência + eficácia) da liderança e da tomada de decisões. Bennis mostra-nos que a ausência de autoconsciência pelos líderes compromete substancialmente a capacidade de tomada de decisões, não importando, por vezes, as excelentes informações disponíveis no processo consciente de escolha.

No que se refere à liderança, W. Bennis assevera-nos que a falta de autoconsciência é a causa mais comum, cotidiana, de fracassos de liderança. Adicionalmente, Bennis afirma que “muitas pessoas talentosas que conheci ao longo dos anos, que alcançaram liderança de organizações, aspiraram àquela alta posição sem saber o que as envolvia e o que as esperava”. Portanto, o resultado profissional, infelizmente, não foi o desejado.

Em consequência, é altamente relevante que as pessoas conheçam as suas emoções, potencialidades e limitações para poderem liderar e tomar as melhores decisões. Nesse sentido, como já dizia o filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.): “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.