LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: O segredo do sucesso

1 de dezembro de 2022

Por Antônio Fernando Monteiro Dias

O professor e escritor norte-americano John P. Kotter nos mostra, em seu livro “Liderando Mudanças”, que “a transformação bem-sucedida que ocorre nas empresas consiste em 70 a 90% de LIDERANÇA, e apenas em 10 a 30% de gerenciamento.

Acreditando que a LIDERANÇA é a chave do SUCESSO, em todos os segmentos da vida pessoal e organizacional, há muitos anos venho estudando (e praticando) a LIDERANÇA, e suas vertentes componentes. É ela (LIDERANÇA) que, sem qualquer dúvida, contribui efetivamente para que as pessoas se tornem vitoriosas em suas organizações (e nas suas carreiras). Infelizmente, em nosso país, não há o investimento adequado no desenvolvimento da competência LIDERANÇA. Poucas organizações despertaram para essa realidade!

Nesse sentido, após refletir muito sobre o tema, resolvi ousar e definir LIDERANÇA da seguinte forma: “A LIDERANÇA é uma competência desenvolvida de forma ética e permanente, pela força do caráter e do exemplo do LÍDER, e com foco no bem comum, no sentido de inspirar pessoas para se engajarem, ao máximo, com motivação, disciplina e profissionalismo, no atingimento de objetivos (organizacionais ou não).

Desse modo, a LIDERANÇA é baseada em dois sólidos pilares: o caráter e o exemplo do LÍDER. Não há LIDERANÇA sem a existência de ambos os pilares em conjunto!
Para o escritor americano Orison Swett Marden, “caráter é a marca indelével que determina o único valor verdadeiro de todas as pessoas e todo o seu trabalho”.
Por sua vez, o físico alemão Albert Einstein nos ensinou que “dar o exemplo não é o principal meio de influenciar os outros, é o único meio”.
Assim, por meio do seu caráter e do exemplo, o LÍDER inspira os seus seguidores no esforço contínuo voltado ao cumprimento da missão, e, por conseguinte, no conseguimento do sucesso organizacional.

Em meados de 1990, o escritor e psicólogo norte-americano Daniel Goleman, em seus estudos para descobrir as características pessoais que promovem o desempenho excepcional nas organizações, agrupou a competência LIDERANÇA em três componentes aditivas e complementares: a dimensão puramente técnica (conhecimento adquirido na formação profissional); a dimensão cognitiva (componente relacionada ao quociente de inteligência – QI); e a dimensão relativa à inteligência emocional.

A inteligência emocional é a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções de nós e em nossos relacionamentos.

De acordo com as análises de modelos de competências de 188 empresas, Goleman calculou a razão entre as componentes técnica, a cognitiva e a inteligência emocional, como ingrediente de desempenho ótimo, concluindo que a inteligência emocional se mostrou duas vezes mais importante que as outras habilidades para cargos em todos os níveis hierárquicos das organizações.

Goleman, também, constatou que quase 90% das competências que distinguiam o desempenho excepcional eram decorrentes de fatores da inteligência emocional, em vez das demais componentes.

Em face do exposto, conclui-se que a inteligência emocional é mais importante do que o QI para o sucesso, e sua falta está altamente correlacionada com o fracasso nos altos cargos executivos.

Por outro lado, se apenas duas categorias gerais puderem ser obtidas no recrutamento de um alto executivo, então a experiência mais a inteligência emocional em geral é a combinação mais eficaz para se alcançar o sucesso. Naturalmente, se o QI também estiver presente, o sucesso é ainda mais garantido.

Destarte, seria extremamente salutar para o progresso mais acelerado do Brasil, que os gestores, em todos os níveis hierárquicos das organizações, fossem treinados no desenvolvimento da competência LIDERANÇA, com destaque para a inteligência emocional.

Essa sugestão, ao meu juízo, estender-se-ia, também, aos ocupantes de altos cargos no Poder Executivo da República.