Não precisamos perder muito tempo, em longas divagações, para verificarmos que há, no mundo VUCA (variável, incerto, complexo e ambíguo, em português), uma CRISE DE LIDERANÇA, sem precedentes, que afeta negativamente às aspirações das pessoas e das organizações (e dos países).
Nesse sentido, pesquisa do “World Economic Forum 2015” evidenciou que 86% dos entrevistados responderam que há uma CRISE DE LIDERANÇA no mundo contemporâneo.
Se fizermos uma análise de consciência, no Brasil e no mundo, dificilmente iremos selecionar, facilmente, uma determinada pessoa que gostaríamos de seguir e admirar, como um líder verdadeiro. Falta-nos, infelizmente, pessoas com as capacidades (atributos) que um líder positivo necessita ter. Por outro lado, há um número significativo de falsos líderes que legislam em causas próprias e/ou de terceiros, desconsiderando o bem comum. A esses costumo chamar de impostores ou mesmo traidores da sociedade.
Essas constatações são agravadas pela pandemia, que nos assola desde março do corrente ano, tornando o mundo em que vivemos ainda mais confuso e indefinido.
A liderança verdadeira, na minha modesta opinião, é uma competência desenvolvida de forma ética e permanente, pela força do caráter e do exemplo do líder, e com foco no bem comum, no sentido de inspirar pessoas para se engajarem, ao máximo, com motivação, disciplina e profissionalismo, no atingimento de objetivos (organizacionais ou não).
Assim, para se liderar, há que se ter caráter e se dar o exemplo!
Nesse seguimento, uma pesquisa realizada, por mais de 30 anos, pelos renomados escritores Barry Posner e James Kouzes, asseverou que a característica mais admirada nos líderes é a honestidade. Desse modo, os autores do livro “O Desafio da Liderança – como aperfeiçoar sua capacidade de liderar” afirmam que as pessoas devem passar por “teste de caráter” básico para merecerem a designação de líder.
Por minha formação profissional, metaforicamente, gosto de comparar essa CRISE DE LIDERANÇA, que afeta, de forma perversa, às organizações (e aos países), com um navio sem governo, ao sabor do vento e da corrente. A ausência de líderes efetivos (eficientes e eficazes), “bons timoneiros”, impossibilita a organização “navegar” no rumo da tão sonhada vantagem competitiva, fazendo com que ela se veja “encalhada” no insucesso corporativo.
Em nosso país, em níveis organizacionais estratégico, tático e operacional, faltam-nos líderes vencedores capazes de alavancar as instituições (privadas e públicas) em busca do bem comum e da vantagem competitiva sustentável.
Em consequência, seria muito salutar para o sucesso das organizações brasileiras que elas “acordassem” para essa clara realidade, e passassem a investir na formação e no desenvolvimento de líderes verdadeiros.
Dá trabalho e exige perseverança, mas seria o “despertar” para um futuro alvissareiro!
Todos ganhariam! E o país tornar-se-ia muito melhor!